Criança desconhecida e suja brincando à minha porta,
Não te pergunto se me trazes um recado dos símbolos.
Acho-te graça por nunca te ter visto antes,
E naturalmente se pudesses estar limpa eras outra criança,
Nem aqui vinhas.
Brinca na poeira, brinca!
Aprecio a tua presença só com os olhos.
Vale mais a pena ver uma cousa sempre pela primeira vez que conhecê-la,
Porque conhecer é como nunca ter visto pela primeira vez,
E nunca ter visto pela primeira vez é só ter ouvido contar.
O modo como esta criança está suja é diferente do modo como as outras estão sujas.
Brinca! pegando numa pedra que te cabe na mão,
Sabes que te cabe na mão.
Qual é a filosofia que chega a uma certeza maior?
Nenhuma, e nenhuma pode vir brincar nunca à minha porta.
Alberto Caeiro
Adorei!
ResponderEliminarAhh, saudade de seus escritos, seu blog.
ResponderEliminarComo é leve sua descrição sobre a criança, as brincadeiras, seu jeito meigo e simples de viver. Deveríamos nos esquecer um pouco do peso e das responsabilidades da vida e reavivar a criança que levamos dentro de nós.
Beijos, querida Sílvia.
Alberto Caeiro, Fernando Pessoa, não importa o nome que esse poeta maravilhoso usa. Sempre diz verdades.
ResponderEliminarBeijooO'
Querida Sílvia, criança brincando exerce o seu ofício, o brinquedo é o seu instrumento para a felicidade, sempre, bela escolha, parabéns.
ResponderEliminarforte abraço
C@urosa
Fernando Pessoa foi um gênio mesmo. O portuga sabia muito bem como usar as palavras e, escrever textos tão bonitos. ;)
ResponderEliminarbjão e boa semana
muito verdadeiro.. gostei silvia!!!!! bjo!!!!!!
ResponderEliminarEste Pessoa é demais.
ResponderEliminarB oa escolha para o dia da crinça.
Bom fim de semana.