Pablo Neruda é um escritor bastante famoso, uma das pessoas nomeadas para o Nobel da Literatura, e que atrai as mulheres devido à sua poesia romântica.
O filme conta a história de um homem que se torna o seu carteiro e que ainda tem muito que aprender sobre a poesia da vida.
Coisas simples como metáforas afiguram-se-lhe imcompreensíveis, e frases como sete línguas verdes de sete cães verdes não faziam sentido na sua cabeça. Pelo menos não até ao dia em que conheceu Beatriz Russo, mulher por quem se apaixonou imediatamente.
É através de versos soltos e brancos, de estrofes indefinidas e de rimas cruzadas que a vai seduzir no intuito de casar com ela, porque tal como ele diz: a poesia pertence a quem precisa dela.
A poesia é algo subjectivo que, segundo Pablo, se torna banal ao ser explicada. O que nos atrai na poesia são os sentimentos que ela nos desperta, mesmo não percebendo integralmente o que significa. A poesia não tem um significado concreto, até porque apenas o autor a sente ao escrever; os outros hão-de interpretá-la de outro modo.
As palavras são armas poderosas que nos atingem no peito e se entrenham na alma, ficando lá por dias ou anos, qual fantasma vagueando pelos corredores do nosso corpo. (Se estivesse aqui o carteiro eu dir-lhe-ia que isto é uma metáfora.)
Aquilo que dedicamos à poesia revela mais sobre quem somos do que uma página de diário e toca mais do que uma carta de amor, pois é a confusão descrita nas linhas escritas que mostra o nosso emaranhado de pensamentos, não obedecendo directamente a um tema, e não seguindo necessariamente um fio condutor.
Como a tia de Beatriz disse: ele atacou-a com as palavras e ela ficou assim. A poesia é mágica e perigosa; tem o poder de mexer connosco. Pode fazer a diferença entre o amor e o ódio, quebrando essa ténua linha que os separa. Simplesmente faz-nos amá-la, e , por conseguinte, amamos a vida perdida nas entrelinhas.
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