segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Cai chuva no telhado

Oiço a chuva a cair. Lá fora o dia morto continua a cair. E a chuva. Faz tanto barulho que nem me oiço pensar, e está tão escuro que nem vejo as ideias. Vejo as pessoas a correrem agitadas. Ou pelo menos vejo o vulto delas. É difícil perceber, com esta visão enevoada. Toda a água parece um mar ao contrário que escorre pela minha janela e desagua lá em baixo, sem eu perceber de onde vem. Tantas gotas, tanta água, e tanta frustração estampada na cara de todos, num medo frio de um corpo molhado. Sinto as pessoas a tremerem a cada passo, sinto o frio que emana de nós, sinto o desejo de um abraço que nunca fica preenchido até ir dormir, e que nunca adormece comigo. Sinto as saudades do Sol, as saudades do meu Sol, que vai aparecendo volta e meia no meio destes dias cinzentos, cinzentos como a chuva, e os torna mais quentes. Toleráveis. Mas por enquanto a chuva vai caindo no telhado.

Com tudo isto apenas posso agradecer ao chocolate quente.

3 comentários:

  1. Gostei bastante (:

    Esse estado de espírito apodera-se de mim muitas vezes, está muito bem caracterizado.

    passa pelo meu e deixa o teu comentário (:

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  2. Aposto que te inspiraste nestes dias cinzentos e horriveis que têm passado, está muito bem conseguido, como sempre :)

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  3. sim, pode-se dizer que têm havido muitos dias cinzentos..

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