Quando os dias são todos iguais, as horas nem se distinguem. O problema é que todos os dias são iguais e no entanto cada hora que passa nos acentua mais essa ideia. Devíamos parar todos os relógios e ver se o tempo continuava a correr. Não por uma hora ou duas, mas por vários dias ou anos. Gostava de ver o que vai vir a seguir, pois o que vejo agora é diferente do que via antes e no entanto nem o vi a mudar. Assim, ao menos, talvez se visse a diferença. Talvez. Ou talvez acordasse num dia exactamente igual a todos os outros. Quem sabe. Mas ao menos tentar, ou sentir que tentei fazer a diferença, já que a não posso ver. Mas no entanto os dias correm devagar e o tempo corre depressa. A manhã torna-se noite mais devagar do que o Verão se torna Inverno, e eu peço para parar. Porque o que foi vivido já não o é, porque o passado continua no passado e porque o futuro teima em não chegar. E as palavras não ditas, essas, continuam por dizer.
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"Um relógio de não marcar horas, de esquecê-las" seria o ideal.
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