Eram 19h30 e o Sol começava a fugir. De certa forma isso tornava as coisas mais fáceis. Assim ele já não tinha que a ver a chorar, já não tinha que ver como os seus olhos se enchiam de lágrimas a cada palavra dita. Ele já não sabia que fazer. Tinham-se passado várias horas e não tinham saído do mesmo sítio, não se tinham mexido sem ser para brincar com os dedos um do outro, e não tinham dito mais do que "desculpa". Ele perguntava-se como as coisas tinham chegado àquele ponto, culpava-se por deixá-la naquele estado, desesperava por não saber o que fazer. Só queria voltar a vê-la sorrir. Ela encolhia-se com medo da noite, com medo de ficar só, com medo de não parar de ter medo. Eram horas de ir embora, já estavam atrasados. Era o costume. Caminharam de mãos dadas, em silêncio, com a intimidade de quem sabe que tudo o que precisa está a um abraço de distância. Lá fora ouvia-se a escuridão e o som dos passos dados. Mas apenas pensamenos difusos ecoavam nas suas cabeças. Despediram-se. Ele abraçou-a com força, ela pediu-lhe que não partisse. Ela afastou-se com os olhos molhados, e ele corroído pela tristeza de um final infeliz. Perguntaram-se quando seria a próxima vez. Se haveria próxima vez. O que ele não sabia é que ela apenas precisava que ele lhe dissesse que ia ficar tudo bem.
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Sílvia, adoro a tua escrita!
ResponderEliminarUm beijo grande e um sorriso ainda maior;)
Miguel
Ai, que triste ! =/
ResponderEliminarMas amei !
Vai ficar tudo bem !
boa semana pra ti !
Adorei conhecer seu blog.
ResponderEliminarUm beijo
Denise
Oi, Sílvia.
ResponderEliminarUm texto bem característico das eternas incertezas do amor...
Beijo pra você.
As despedidas, às vezes são tão dolorosas!
ResponderEliminarMuito envolvente, o texto!
Silvia apareci pra visitar-te! Gostei muito do blog, puxa, textos inteligentissimos e cheios de sentimento, tá de parabéns. Agradeço também por sua visita ao meu humide espaço. Espero conversarmos mais vezes. Béjo, Sollo
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAh... Que lindo, Sílvia! Bonito trabalho com as palavras, que se tornaram intensas e que, como bem disse a Dade, refletem as características próprias do amor, desse caminho incerto, doloroso e, ao mesmo tempo, gratificante e revigorante. Beijo
ResponderEliminarAh... Que lindo, Sílvia! Bonito trabalho com as palavras, que se tornaram intensas e que, como bem disse a Dade, refletem as características próprias do amor, desse caminho incerto, doloroso e, ao mesmo tempo, gratificante e revigorante. Beijo
ResponderEliminarSílvia,
ResponderEliminarjá fiz isso. Já quis pedir pra ficar, já quis ouvir que ia ficar tudo bem.
Beijo,
Nara
Geralmente só um gesto basta.
ResponderEliminarOlá Sílvia! Adorei sua escrita, sua alma na ponta dos dedos, a digitar preciosidades como essa:
ResponderEliminar"Caminharam de mãos dadas, em silêncio, com a intimidade de quem sabe que tudo o que precisa está a um abraço de distância"
Parabéns, ganhasse um leitor!
Abraço forte e Feliz Páscoa!